O tempo fechado em mar aberto
Indica os perigos que redime os caminhantes
Quando o horizonte barra as asas navegantes
E seguir se faz preciso
A noite se veste em luto
Para adormecer nossas memórias
E a bússola no céu
É uma pequena estrela
Que teima em desafiar a escuridão
Anjos e demônios flertam
E jogam xadrez com os destinos humanos
Quando parar se faz preciso
Pra reconstruir os sonhos
A morte é só um mergulho no infinito das sombras
Cores e aromas, da noite ao dia,
Um efeito sonoro e visual em degradê
Emergir se faz preciso
Uma dose de ar nas veias
E um salto sem tamanho para outras dimensões
Uma alfaia constante e cortante improvisando atalhos
Um grito no abismo
Um eco que evoca o desenrolar de uma nova odisséia
Quando a eternidade se cansa de ser eterna
E nos surpreende em mar revolto
No final
O que fica de quem parte
É aquela estranha sensação
De que nos falta uma parte
por Mano Zeu
12/03/14