
O Centro de Trabalho Indigenista (CTI) é uma associação sem fins lucrativos fundada em março de 1979 por antropólogos e indigenistas.
Formado por profissionais altamente qualificados e comprometidos com o futuro dos povos indígenas, o CTI tem como principal característica a atuação direta em Terras Indígenas, por meio de projetos desenvolvidos a partir das demandas locais. O objetivo é apoiar os povos indígenas na conquista do controle efetivo de seus territórios, esclarecendo seu papel na sociedade e a função do Estado na proteção e garantia de seus direitos constitucionais.
O CTI atua em Terras Indígenas localizadas nos biomas da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, com duas grandes frentes de trabalho:
Controle territorial e gestão ambiental: inclui ações de monitoramento e regularização fundiária, proteção dos territórios, apoio a atividades tradicionais e ao desenvolvimento de alternativas econômicas sustentáveis;
Formação e valorização cultural: envolve a capacitação de pesquisadores indígenas, o fortalecimento das práticas socioculturais, a promoção da educação escolar indígena e o desenvolvimento de projetos culturais, ambientais e políticos.
Recentemente, o CTI lançou uma plataforma em versão piloto, onde estão sendo disponibilizados diversos registros – documentos, fotos, vídeos, livros e objetos de cultura material – relacionados aos povos indígenas com os quais atua. Esses materiais provêm tanto do próprio acervo do CTI quanto de outros acervos institucionais reunidos pela organização.
No que se refere ao Acervo CTI, a digitalização de documentos, fotos e outros itens está sendo realizada gradualmente. O mesmo processo poderá ocorrer com acervos de parceiros institucionais ou pessoais, a partir de colaborações firmadas.
A plataforma também conta com várias seções temáticas:
Textos online: artigos, estudos, diagnósticos, teses e dissertações produzidos por membros e colaboradores do CTI;
Livros online: publicações lançadas pelo CTI ao longo dos anos, incluindo livros didáticos desenvolvidos em parceria com povos indígenas;
Teses e dissertações: trabalhos acadêmicos de membros e ex-integrantes do CTI disponíveis em formato digital;
Livros didáticos e paradidáticos: materiais produzidos no âmbito da política de educação escolar indígena;
Acervo Grande Carajás: informações sobre o acervo do Programa Grande Carajás (PGC), do qual o CTI é hoje o único depositário. Os documentos originais foram destruídos em um incêndio ocorrido nas instalações da Vale do Rio Doce.
O Programa Grande Carajás, criado nos anos 1980 para fomentar o desenvolvimento da Amazônia Oriental – região marcada pela Guerrilha do Araguaia na década anterior – teve forte impacto sobre os povos indígenas. Por compromisso ético e político, especialmente com os povos Timbira (Apinajé, Gavião-Pykobjê, Gavião-Parkatejê, Krĩkati) e com os Suruí-Aikewara, cujos territórios são atravessados pela Estrada de Ferro Carajás, o CTI passou a monitorar as ações do programa e seus impactos, atuando como assessor direto desses povos junto à Funai e à Companhia Vale do Rio Doce, responsável pela exploração da mina, da ferrovia e do porto.
Referência: Centro de Trabalho Indigenista CTI