Guatá, significa caminhar na língua guarani. "E nós nomeamos assim porque é este o verbo mais apropriado para distinguir o esforço humano na procura de conhecer a força das próprias pernas conjugada ao equilíbrio de tatear o tempo e o espaço. O que nos soma é o compromisso de fazer dos passos, um a um, o próprio caminho. E, nessa trajetória, reconhecer as culturas em movimento".

A Associação Guatá – Cultura em Movimento foi efetivada juridicamente em 28 de setembro de 2004 e é fruto de um movimento de organização independente de ativistas da cultura em Foz do Iguaçu, o “Cuca Legal’. O Movimento Cuca Legal, surgiu em 2000 e tornou-se durante quatro anos o canal de expressão política de dezenas de iguaçuenses interessados na arte e na informação como ferramentas de inclusão e construção da cidadania. Baseados nestes princípios, surgiram programas como o “Cultura em Movimento” (2001), a “Praça em Movimento” (2002) e “Tirando de Letra” (2003). Vencendo as barreiras da falta de espaços físicos apropriados para a arte e a memória, o movimento desde sempre ocupou locais alternativos com a arte e a reflexão. Assim, as artes visuais, o teatro, a música, o cinema, os livros e seus autores foram ao coração da rotina da população. Escolas, igrejas, ruas, praças, terminais e ônibus do transporte urbano viraram pontos de irradiação cultural. Finalmente, em 2004, legitimada por essa trajetória, surge a Associação Guatá, formalizada com um nome que tem na palavra indígena a intenção de homenagear a diversidade étnica da tríplice fronteira. Já a denominação Cuca Legal passou a nomear uma área específica de ação da entidade, ligada ao fomento de núcleos de ação cultural e cidadania entre jovens de escolas públicas de Foz do Iguaçu.

Princípios básicos
  • Temos como concepção de que cultura é o processo de produção e circulação de bens simbólicos na sociedade.
  • Tudo que possa significar humanidade tem de ser tratado dentro dessa abordagem mais integral do processo cultural. Nisto, é claro, estão inseridas as expressões artísticas e a memória coletiva.
  • Defendemos que o acesso aos bens culturais é um direito inalienável do conjunto da população. Ele, aliás, traduz com nitidez a qualidade de uma sociedade democrática e de sua cidadania.
  • Estamos, pois, engajados nas propostas que recuperem a produção intelectual, democratizem o acesso às experiências acumuladas pela sociedade e, finalmente, que garantam o respeito pela diversidade cultural, incentivando o intercâmbio de maneira justa entre as várias culturas.
  • Desejamos, com nossas iniciativas, discutir esta diversidade e questionar a realidade. Na caminhada, procuramos resgatar o compromisso fundamental de saber que nosso espaço no planeta é Foz do Iguaçu, nossa preocupação é a vida humana, e nossos instrumentos de transformação, a arte e a informação.
Por Marcelo Botura Souza
Referência www.guata.com.br/