Seja bem-vindo a uma cativante performance teatral que nos conduzirá diretamente ao intrigante universo da educação. Neste palco, os protagonistas Marcelo Botura e Jean Camargo desempenharão papéis cruciais em uma história que inspira e transforma. Através desta narrativa, mergulharemos nas experiências desses dois professores, explorando um cenário que é uma parte intrínseca das nossas vidas: a escola.

Uma jornada educacional ganha vida nos corredores dessa instituição de ensino, um ambiente onde o aprendizado, a metamorfose e o amadurecimento perpetuam de maneira constante. Sob o teto repleto de salas de aula repletas de conhecimento, quadros-negros cheios de ilustrações e risos ressoantes de alunos ansiosos, a nossa adaptação da obra “A Arte de Ser um Perfeito Mau Professor” de Malba Tahan se materializa, repleta de vida e emoção.

Nas próximas cenas, mergulharemos nas experiências de dois professores, Jean e Marcelo, enquanto eles transitam por diferentes situações dentro dessa escola. Cada ação, cada diálogo, acontece em ambientes que todos nós conhecemos bem: a sala de aula, os corredores, o escritório do professor e outros lugares familiares dentro do contexto escolar.

Através desse cenário, exploraremos não apenas a dinâmica do ensino e da aprendizagem, mas também os desafios enfrentados pelos educadores, as relações entre professores e alunos, e a busca contínua por aprimoramento pedagógico. O palco é a escola, e suas paredes testemunharão a jornada de Jean e Marcelo enquanto eles se esforçam para se tornarem melhores educadores.

Preparados para adentrar esse mundo de descobertas, reflexões e transformações dentro da escola? Então, acompanhem-nos por essa viagem pela educação, onde os cenários familiares se tornam o pano de fundo para a construção de uma narrativa rica em aprendizado e crescimento.

Cena 1:


(Sala de aula. O sinal da aula toca, e o professor Jean encerra a aula e se despede da turma. Logo após, ele se dirige para casa.)

Cena 2:


(Jean está em seu escritório estudando. O telefone toca, e o professor Marcelo está na linha.)

Marcelo: Poderia passar na sua casa? Gostaria de conversar sobre algo e pedir seus conselhos.

(Marcelo, descontente com sua vida, visita a casa de seu amigo. Chegando lá, toca a campainha, e Jean atende.)

Jean: Olá, Marcelo. Como vai?

Marcelo: Não muito bem, meu amigo.

(Os dois entram na casa e caminham até o escritório. Jean convida Marcelo a se sentar.)

Jean: Sente-se, Marcelo. Vamos conversar.

(Marcelo, visivelmente aflito, senta-se, e Jean se acomoda em sua cadeira, pronto para ouvir.)

Jean: O que está acontecendo, Marcelo? Qual é a dificuldade que está enfrentando? Por que tanta aflição?

Marcelo: É cada vez mais difícil dar aula. Às vezes, questiono se nasci para ser professor. Penso em abandonar essa carreira.

Cena 3:


(Marcelo não consegue se acalmar, andando de um lado para o outro.)

Jean: Marcelo, acalme-se. Por favor, sente-se, e vamos conversar com calma.

(Marcelo cede e se senta, embora sua inquietação permaneça.)

Marcelo: Jean, não compreendo o que estou fazendo de errado. Nada do que tento parece funcionar. A sala de aula é um caos, os alunos não têm disciplina, e os problemas financeiros... o governo sempre atrasa os salários. Estou até endividado. Ser professor nos dias de hoje é frustrante.

Cena 4:


(Jean se levanta e se dirige a um canto do escritório onde fica uma mesa com bebidas. Ele prepara um drinque para si mesmo e oferece um copo a Marcelo. Jean dá um gole expressivo antes de começar a conversar.)

Jean: Marcelo, lembro-me da época em que era estagiário e trabalhava como professor substituto. A sala de aula também era um desafio para mim naquela época. Certa vez, na disciplina de Didática Aplicada, minha professora Renata nos pediu para escolher um livro de Malba Tahan para estudar. Eu escolhi o livro intitulado “A Arte de Ser um Perfeito Mau Professor”. Foi transformador!

(Jean mostra o livro a Marcelo.)

Cena 5:


Jean: Marcelo, me diga: como você cativa os alunos?

Marcelo: Não dou muita importância a isso. Simplesmente entro na sala e dou a aula. Às vezes, cumprimento com um bom dia e só.

Jean: (observando atentamente) Identificamos o primeiro problema.

Marcelo: Como assim, Jean? Como algo tão simples pode ser um problema? Dizer bom dia não é suficiente?

Jean: Marcelo, cada detalhe é relevante. Devemos cultivar uma relação amigável com os alunos, mostrar empatia. Pequenos gestos fazem grande diferença.

Marcelo: (incrédulo) Você acha que isso realmente importa?

Jean: Exatamente. Até a maneira como você entra na sala e se comunica pode parecer áspera. Isso cria barreiras que impedem uma conexão genuína com seus alunos.

Cena 6:


Marcelo: (surpreso) Interessante, nunca havia pensado nisso. Um simples detalhe pode ter um impacto tão significativo.

Jean: Sim, é verdade. Muitas vezes, nos acostumamos com nossos hábitos e não percebemos como eles afetam os outros.


Cena 7:


(O escritório de Jean. Ele convida Marcelo a se aproximar de uma mesa onde se encontra o livro “A Arte de Ser um Perfeito Mau Professor” de Malba Tahan.)

Jean: Preste muita atenção, Marcelo. Aqui na mesa está um livro importante que todos os professores deveriam ler. Além disso, os alunos que fazem a disciplina de didática também têm a obrigação de estudar essa obra.

Marcelo: (desinteressado com o livro) Mas como isso pode me ajudar?

Jean: Este livro mostra, Marcelo, 35 formas didáticas de como evitar ser um Mau Perfeito Professor.

Jean faz um questionamento reflexivo a Marcelo.

Jean: Será que os problemas que você veio compartilhar não são indicativos de você ser um mau perfeito professor?

Cena 8:


(Marcelo ri e nega ser um Mau Perfeito Professor.)

Marcelo: Acredito que sou um bom professor. Faço tudo o que posso para que os alunos aprendam.

Jean: Sugiro que façamos uma autoavaliação, Marcelo. Vamos identificar o que você faz bem com seus alunos para manter essas práticas. E, com atenção, analisaremos as áreas onde precisa melhorar para não repetir os mesmos erros. Começando pelo modo como você se aproxima dos alunos quando entra na sala. Detalhes como esses fazem toda a diferença.

Marcelo: (confirmando) Sim, concordo.

Cena 9:


(Jean começa a fazer perguntas para entender melhor a abordagem de Marcelo em sala de aula.)

Jean: Marcelo, você tem um plano de aula?

Marcelo: Não, não tenho.

Jean: E como é a sua abordagem em aula?

Marcelo: Bem, entro na sala com uma ideia geral do que vou ensinar e começo a aula. Às vezes, pergunto aos alunos onde parei e continuo. Durante a aula, faço improvisações na matéria, invento exemplos e até brinco com os alunos.

Jean: E quanto a estratégias como jogos didáticos ou o caderno dirigido?

Marcelo: Não uso jogos didáticos, acho que é desperdício de tempo e causa confusão entre os alunos. E não me preocupo em variar muito meu estilo de aula, já que muitas delas são semelhantes. Isso me facilita e, na maioria das vezes, os alunos nem percebem a diferença.

Cena 10:


(Jean começa a construir uma nova perspectiva para Marcelo, pedindo-lhe que preste atenção para corrigir seus erros.)


Jean: Marcelo, vemos aqui problemas sérios. Ao entrar na sala de aula, você não deve encará-la como um cinema ou um bar. Não é um luxo entrar sem ideia do que vai ensinar e como guiar suas atividades em sala.

Marcelo: (atento) Entendo.

Jean: É fundamental que você prepare suas aulas com antecedência. Aprofunde-se nos temas que irá abordar durante as atividades.

Marcelo: (curioso) E tem mais, Jean?

Cena 11:


(Jean continua orientando Marcelo sobre a importância de se preparar adequadamente para as aulas.)

Jean: Sim, tem muito mais, Marcelo. Além de um plano de aula bem estruturado, é fundamental que você varie suas estratégias. Jogos didáticos, cadernos dirigidos e outras técnicas podem tornar suas aulas mais envolventes e eficazes.

Marcelo: (refletindo) Nunca considerei essas abordagens. Parece que há muito a aprender.

Cena 12:


(Jean continua sua orientação, enfocando a importância do relacionamento com os alunos.)

Jean: Exatamente, Marcelo. Além disso, concentre-se em construir uma relação positiva com os alunos. Mostre que se importa com eles, tanto como alunos quanto como indivíduos. Isso ajuda a criar um ambiente de aprendizado saudável.

Marcelo: (assentindo) Compreendo. O relacionamento é fundamental.

Cena 13:


(Jean reforça a importância da empatia e compreensão no processo de ensino.)

Jean: Isso mesmo. Coloque-se no lugar dos alunos. Compreenda suas dificuldades e suas perspectivas. Isso permitirá que você adapte suas abordagens para melhor atender às necessidades deles.

Marcelo: (refletindo) Nunca havia percebido como isso é importante.

Cena 14:


(Jean sugere que Marcelo explore novas formas de apresentar o conteúdo.)

Jean: Além disso, considere utilizar recursos visuais e práticos. Esses recursos podem tornar o aprendizado mais concreto e envolvente para os alunos.

Marcelo: (animado) Acho que isso pode realmente ajudar!

Cena 15:


(Jean continua aconselhando Marcelo sobre a importância de feedback constante e avaliação.)

Jean: Exatamente, Marcelo. Não se esqueça de fornecer feedback regular aos alunos. Isso ajuda a identificar áreas em que precisam melhorar e reconhece seus esforços.

Marcelo: (assentindo) Vou começar a fazer isso com mais frequência.

Cena 16:


(Jean destaca a importância do desenvolvimento contínuo como educador.)

Jean: E lembre-se, Marcelo, o aprendizado é contínuo. Continue a buscar maneiras de aprimorar suas habilidades como professor.

Marcelo: (determinado) Vou me esforçar para me tornar um professor melhor a cada dia.

Cena 17:


(Com o tempo, Marcelo começa a implementar as mudanças sugeridas por Jean.)

Narrador: Com o passar dos dias, Marcelo começou a adotar as orientações de Jean em suas aulas. Ele passou a preparar planos de aula detalhados, incorporou jogos didáticos e recursos visuais, e construiu relacionamentos mais próximos com seus alunos.

Cena 18:


(Os resultados começam a aparecer nas atitudes dos alunos e nos resultados acadêmicos.)

Narrador: Com essas mudanças, Marcelo notou que os alunos estavam mais engajados, a sala estava mais organizada, e os resultados acadêmicos melhoraram.

Cena 19:


(Jean e Marcelo refletem sobre a jornada de transformação.)

Jean: (sorrindo) Veja, Marcelo, você se tornou um excelente educador, como eu sabia que poderia ser.

Marcelo: (grato) Não teria chegado até aqui sem seus conselhos e orientações, Jean. Obrigado por acreditar em mim.

Cena 20:


(A história termina com um sentimento de realização e gratidão.)

Narrador: E assim, a jornada de Marcelo de mau professor a excelente educador se concretizou, com a ajuda e orientação valiosa de seu amigo Jean. Uma história que nos lembra que a busca pelo aperfeiçoamento é um processo contínuo e que a transformação é possível quando se tem determinação e orientação adequada.

(Fim da peça.)

Agradeço imensamente por utilizar o roteiro elaborado para a apresentação na disciplina de Didática Aplicada ao Ensino da Matemática. Fico contente em saber que o roteiro foi desenvolvido com o objetivo de explorar a organização dos conteúdos matemáticos, produção de materiais, jogos e atividades, bem como promover o desenvolvimento de práticas inclusivas para a Educação Básica, em conformidade com a legislação vigente.

A interdisciplinaridade e o enfoque na realidade educacional, sociocultural e ambiental contemporânea são aspectos cruciais para a formação de educadores comprometidos e preparados para enfrentar os desafios do ensino. Espero que o roteiro tenha sido útil na sua apresentação e que tenha contribuído para as discussões e reflexões propostas pelo Laboratório de Ensino de Matemática.

Se tiver mais alguma necessidade ou dúvida, estou à disposição para ajudar E-mail: mbsfoz@gmail.com. Boa sorte na sua apresentação e nos seus estudos no campo da Educação Matemática, só lembre de nós! 




Por Marcelo Botura, 2023.