O 19° Grito dos/as Excluídos/as acontece em um momento importante da conjuntura e conclama a juventude brasileira e toda a população a se manifestar, gritar e contribuir na construção de outro projeto de sociedade, o Projeto Popular para o Brasil. Para avançarmos neste caminho, precisamos entender que o momento pelo qual passamos é de agravamento da crise do sistema capitalista, iniciada em 2008, onde cada vez mais a população pobre é excluída e o capital, para recuperar seus lucros, busca produzir um maior número de unidades de bens e serviços na mesma quantidade de tempo. Como os capitalistas fazem para alcançar este objetivo?
Domínio da organização técnica do trabalho de maior produtividade:A busca pela organização dos processos produtivos, a especialização dos trabalhadores, as metodologias de organização do trabalho, as alterações nos processos produtivos, mudança de locais, apropriação e incorporação de novas tecnologias, etc, fazem parte das estratégias de organização da economia como um todo, para que ao final possam diminuir custos, produzir mais e obter maiores taxas de lucro.
Domínio dos recursos naturais para a produção de mercadorias: O capital movimenta-se para apropriar-se das riquezas naturais estratégicas (dos bens comuns) que concentram elevada produtividade natural, como as melhores fontes de energia, água, terra, minérios e biodiversidade. Os países com as melhores e maiores reservas mundiais, entre eles o Brasil, passam a ser foco de intensas disputas.
O capital necessita e tende a utilizar a força política, econômica e organizativa do Estado, fundamentalmente em torno da mais-valia social concentrada no mesmo:Em período de crise, a disputa pelo controle do Estado e de seus possíveis benefícios se torna mais intensa para apropriação de toda mais-valia social; apropriar-se dos recursos e financiamentos públicos, transferir patrimônio público para aumentar suas taxas de lucro sem risco ao capital. Enfim, o capital captura as estruturas e a própria legislação do Estado para defender seus interesses.
Em meio às discussões da 5ª Semana Social Brasileira, precisamos ter claro que o Estado, como temos hoje no Brasil, é a forma de organização da classe dominante. Sua função é tornar essa classe sempre mais dominante, visando sua hegemonia; assegurar o funcionamento e a reprodução do capital; impedir qualquer tentativa de mobilização popular. Os capitalistas não colocam o Estado em disputa, no máximo, em momentos de tranquilidade, a burguesia permite uma participação da sociedade através das eleições, participando da escolha do “administrador” (do governo) deste Estado. Portanto, a estratégia dos excluídos passa necessariamente pela mudança profunda da estrutura do Estado, o que vai muito mais além que eleger governos populares de esquerda.
Nosso desafio é saber atuar nesta conjuntura tão adversa. É fundamental que os trabalhadores e trabalhadoras tenham um projeto que coloque no centro os interesses do Projeto Popular para o Brasil, articulado e assumido pelo conjunto das forças sociais do campo e da cidade. O momento é de fortalecermos lutas unificadas para derrotar as estruturas injustas desta sociedade.
Neste sentido, o Grito dos/as Excluídos/as de 2013 incentiva e convoca as organizações de articulação da juventude e da sociedade em geral a se juntarem, lutar e ajudar na construção deste Projeto Popular. A luta e a unidade da juventude são muito importantes nesta conjuntura.
Os jovens podem contribuir com a criatividade, com a energia, com a força e com espírito questionador, próprios da juventude, para enfrentar o capital. E, como protagonistas, construírem sua história, comprometidos com a luta pela transformação social e a continuidade da vida.
Grito dos Excluídos | Ed.56 Jornal do Grito | + Jornais
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